Em Boa Vista podemos encontrar tímidas experiências com projetos ambientais em escolas públicas. Contudo, algumas experiências se destacam e já apresentam sucesso. Um bom exemplo de sucesso é o Projeto de Olho no Futuro, desenvolvido pela comunidade escolar com educandos da Educação Infantil e Ensino Fundamenta I, que compreende a discussão de uma base teórica sobre as questões ambientais. A Escola Municipal Frei Arthur vem demonstrando forte preocupação com o meio ambiente, por isso, foi incorporada em sua Proposta Político Pedagógica (PPP), a problemática ambiental com intuito de contribuir na formação de uma nova consciência ecológica dentro da comunidade escolar.
No Projeto de Olho no Futuro são realizadas atividades diversas que abordam diferentes meios de agressão à natureza. Temas como resíduos sólidos (lixo), contaminação da água, os tipos de poluição existentes, desmatamento e queimadas são alguns exemplos de assuntos abordados dentro e fora de sala de aula.
Os PCN’s – Parâmetros Curriculares Nacionais – incluem a educação ambiental como tema transversal, o que determina a abordagem da educação ambiental não exclusivamente por uma disciplina específica, mas de forma conjunta e integralizada, posto que a responsabilidade em educar para a preservação e correta utilização dos recursos naturais deve ser tarefa de todos os educadores de todas as disciplinas. Essa ideia foi agregada ao planejamento pedagógico modificando, assim, a prática de ensino.
Com base nesses PCN’s a escola vem abordando a Educação Ambiental por meio de ações interdisciplinares, envolvendo equipe gestora, funcionários, professores e alunos. As atividades são elaboradas pelos professores de acordo com a série/ano dos educandos, promovendo a todos a participação no processo. Essa mudança paradigmática implica em uma transformação da assimilação de valores, gerando um conhecimento solidário e um pensamento complexo, aberto às indeterminações, às mudanças, à diversidade, à possibilidade de construir e reconstruir num processo contínuo de novas leituras e interpretações, configurando novas possibilidades de ação.
O Projeto de Olho no Futuro é dividido em etapas que envolvem todos os componentes da comunidade escolar, assim distribuídos:
1ª Etapa: ocorre no início do ano letivo por meio de reunião geral, com a participação da equipe gestora, corpo docente e demais funcionários. Nessa etapa são traçados as diretrizes e os temas que serão abordados em cada bimestre bem como são distribuídas as ações entre todos os envolvidos. Geralmente acontece antes do início do ano letivo quando é construído o Plano de Ação da equipe gestora durante a Semana Pedagógica de Planejamento. Esta ação reproduz o que se entende por uma gestão participativa, na qual se configura um grande empecilho na rede pública de ensino. Em consonância com Costa (2012) a gestão participativa caracteriza-se por uma força de atuação consciente, pela qual os membros da escola reconhecem e assumem seu poder de influenciar na determinação da dinâmica dessa unidade escolar, de sua cultura e de seus resultados.
2ª Etapa: Após o início das aulas inicia o período de diagnóstico das turmas, onde são levantados os principais problemas ambientais dentro da comunidade. Cada professor tem a responsabilidade de motivar seus educandos e orientá-los no processo de identificação. Os dados coletados junto ao corpo discente são apresentados no Encontro Pedagógico onde são elaboradas as atividades a serem desenvolvidas em cada bimestre. O método utilizado pelo professor é uma escolha individual baseada nas discussões do grupo e deve considerar os diferentes espaços da escola, buscando sempre instigar a criatividade dos educandos. Para Reigota (1998) existem diversas abordagens metodológicas que podem e são utilizadas nas escolas, entre elas estão o método passivo, descritivo, analítico e ativo, o qual permite ao aluno questionar dados e ideias sobre um tema desenvolvendo progressivamente o seu conhecimento e comportamento em relação a este.
3ª Etapa: As atividades são colocadas em prática dentro e fora da sala de aula. Os espaços do ambiente escolar são utilizados de acordo com os objetivos de cada atividade. As salas de aula, o pátio, o laboratório de informática, a biblioteca, a quadra de esporte e o coreto são utilizados para essas ações. Os professores tem a função de auxiliar os educandos para que os mesmos realizem suas produções. A prática de ensino é o momento no qual o professor é o facilitador das dimensões cognitivas, afetivas e sociais. Desse modo, o professor assume o papel de orientador da aprendizagem onde o aluno é quem produz seu próprio conhecimento. O facilitador é um educador dentro do conceito construtivista: na verdade, mais que um papel, trata-se de uma postura. Uma de suas atribuições é ajudar o grupo a perceber e compreender os diferentes elementos que compõem o movimento do grupo (SOUZA, 2005).
4ª Etapa: Ocorre a culminância das ações desenvolvidas durante cada bimestre sendo realizada no final de cada um. É o momento da socialização, onde cada turma apresenta os seus resultados e tem suma importância dentro do processo de ensino e aprendizagem. O conhecimento adquirido é partilhado por meio de exposições de trabalhos, apresentações lúdicas e campanhas realizadas dentro da comunidade escolar. Segundo MARTINS (1997), Vygotsky salienta que as possibilidades que o ambiente proporciona ao indivíduo são fundamentais para que este se constitua como sujeito lúcido e consciente, capaz, por sua vez, de alterar as circunstâncias em que vive. Nesta medida, o acesso a instrumentos físicos ou simbólicos desenvolvidos em gerações precedentes é fundamental. De fato criar um espaço de interação dentro do ambiente escolar proporciona aos educandos expor suas ideias, socializar conhecimentos e aprender ao mesmo tempo em que ensina. Criar uma ambiência escolar com esse clima favorece o construir de uma nova consciência, de novas formas de se inter-relacionar com o meio.
A busca por uma transformação no pensar social sobre o meio ambiente não é fácil como parece. Segundo os PCN’s/Temas Transversais são grandes os desafios a enfrentar quando se procura direcionar as ações para a melhoria das condições de vida no mundo. É preciso persistência, pois as mudançasCaso queira tentar publicar, minha sugestão é um aprofundamento maior no caso e um reforço na conclusão, pois o manuscrito ficou meio pequeno. Você precisaria aumentar umas 3-4 páginas. Assim ele ficou no meio termo entre uma comunicação curta (que tem umas 5 páginas) e um artigo, que teria umas 15atitudinais dependem primeiro, de transformações de pensamentos. A problematização e o entendimento dos impactos ecológicos possibilitam entendê-los como resultados da ação humana, em determinados contextos históricos. Dessa forma, no debate na escola pode ser introduzida a dimensão política e a perspectiva da busca de soluções para situações encontradas na própria comunidade como a falta de saneamento básico adequado ou as enchentes que tantos danos trazem à população.
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