Aqui vão os 5 mandamentos de como seria caminhar em direção à sala de aula interativa da forma mais eficaz possível:
1) Manter o foco no professor, e não na tecnologia.
A mera instalação na sala de aula de equipamentos interativos não
garante que a classe esteja tendo uma aula interativa, com acesso a
novas experiências educacionais. Mais importante do que comprar o
produto A ou B é investir tempo e dinheiro para ajudar o professor a se
apaixonar por esta nova infraestrutura multimídia e, a partir daí,
passar a desenvolver novas aulas. Esse é um desafio importante, e que
depende da diretoria de cada escola e da visão de cada fornecedor de
soluções educacionais para ser vencido. O professor tem de sentir que
ganha, e muito, ao abandonar seus antigos métodos em sala de aula e
passar a usar de forma criativa e provocadora as novas tecnologias. Mais
do que capacitar o professor quando a nova tecnologia entra na sala de
aula, é fundamental manter programas de formação continuada em longo
prazo.
2) Oferecer para o professor acesso a uma comunidade para o desenvolvimento de novos conteúdos e novos modelos de aula.
Não cabe ao fornecedor A ou B ou à entidade educacional C ou D ser a
fonte de conteúdos revolucionários, que farão o melhor uso das novas
tecnologias de sala de aula. Esses personagens podem e devem suportar o
desenvolvimento desses conteúdos. É papel do professor, de
pesquisadores, de especialistas em educação, “inventar” novas e
atraentes aulas a partir do novo ambiente educacional. Comunidades
locais, comunidades interligadas por redes sociais, comunidades
internacionais e comunidades voltadas ao desenvolvimento de conteúdos
específicos sobre disciplinas específicas (Português, Matemática,
Ciência, etc.) são essenciais para suportar a missão do professor audaz,
que anseia desvendar novos horizontes e cativar os alunos ao longo de
toda esta caminhada.
3) Fale com quem usa esta tecnologia antes de comprar essas soluções.
Procure visitar escolas que já tenham vivido esse processo de transição
– migrar de salas de aulas tradicionais para salas multimídia – para
saber a verdade sobre esta tendência. Vale a pena falar com os
diretores, com os professores e, se possível, acompanhar aulas que
aconteçam dentro da sala multimídia. Isso dará à pessoa que busca novos
horizontes na educação a percepção do que realmente faz diferença para
os alunos, o que é apenas uma mudança cosmética.
4) Prepare-se para aprender muito e mudar seus paradigmas. O
verdadeiro educador sabe que tudo muda nesta área e que é impossível
voltar ao passado. Em 1910, a Universidade de Chicago realizou um estudo
para determinar por quanto tempo um aluno conseguiria prestar atenção à
aula. Chegou-se à conclusão de que 50 minutos eram o tempo máximo que
um professor conseguiria prender a atenção de um aluno. Estudos recentes
realizados também nos EUA mostram que, agora, o tempo máximo de
concentração limita-se a intervalos de 8 minutos. Em educação, a quebra
de paradigmas não tem fim. O aluno que parece não estar prestando
atenção na aula, checando mensagens no Twitter, pode estar procurando
informações essenciais para a discussão em sala de aula; numa
universidade, o aluno que troca mensagens via Facebook com seu amigo
pode estar simplesmente realizando um trabalho em grupo.
5) Nunca esqueça a importância de um conteúdo bem construído.
A infraestrutura da sala multimídia pode ajudar o professor a dar uma
aula brilhante, atraente, que mantém os alunos conectados a ele todo o
tempo. Mas isso não diminui a importância da sólida formação em
conhecimentos, da capacidade de estar sempre atualizado. Esse é um valor
eterno da educação. Com as novas tecnologias educacionais, a única
diferença é que a forma de transmitir esses conhecimentos também é mais
atualizada.
A beleza do momento que vivemos hoje é
que muitos educadores estão decididamente caminhando ao encontro da
cultura (inclusive cibernética) e dos comportamentos de seus alunos. Boa
parte do corpo docente está pronta a ver na tecnologia uma aliada. Isso
significa transformação.