HABILIDADES E COMPETÊNCIAS:
- Estimular o hábito diário da leitura;
- Desenvolver o a criatividade e o raciocínio;
- Identificar os vários tipos de pronomes.
CONTEÚDO:
- Pronomes, interpretação e Tipologia Textual (narrativa)
RECURSOS:
- Quadro e pincel;
- Caderno, lápis, borracha.
SITUAÇÃO DIDÁTICA:
- Boa tarde;
- Explicar a dinâmica da aula;
- Buscar o conhecimento prévio acerca do pronomes;
- Copiar no quadro o texto, depois a atividade;
- Explicação de cada questão e início da resolução das questões;
- Distribuição das personagens entre os educandos, os mesmos poderão realizar as leituras, verificar a organização da apresentação;
- Promover o momento da leitura em sala de aula;
- Dramatizar a narrativa em ala de aula;
- Anotar no caderno tudo o que foi observado.
Texto narrativo: Coração Conta Diferente - Leitura
e interpretação - 5º ano
Coração
conta diferente
— Ai...
— O que é que você tem, Tiago?
Quem falou ai fui eu. Quem me perguntou o que é que eu tinha foi o
Renato, que fica sentado do meu lado e pode vigiar tudo o que faço. Ele deve
ter pensado que alguma coisa estava doendo. Mas esse ai não era de dor.
Então, suspirei de novo, mas agora sem falar nada. Esse suspiro
saiu como um sopro, que balançou as folhas do meu caderno. E pra dentro,
baixinho, pra ninguém escutar, eu gemi: Ai, Adriana...
É que ela levantou para ir ao quadro. Logo hoje
que ela soltou o cabelo comprido daquele rabo-de-cavalo que ela costuma usar. O
cabelo dela é tão lindo... Parece de seda e tem um brilho que eu ia dizer que
parece o Sol. Mas a Adriana tem cabelos pretos e Sol moreno fica meio
esquisito.
7x5
=45...
— Tá errado, tia! Tá errado! — gritou toda
esganiçada a Catarina.
A tia então mandou a Adriana sentar. A Catarina correu e meteu o apagador em
cima daqueles números tão bem desenhados, corrigindo com um 35 tão sem graça
quanto a sua voz.
Adriana voltou pro lugar dela e eu
nem pude ver se ela estava com a cara muito vermelha. Ela ficou com a cabeça
abaixada um tempão. Eu senti que ela estava triste e fiquei muito triste
também. Aí, arranquei a beiradinha da última página do meu caderno e escrevi:
Não liga, Adriana. O 45 que você escreve é tão
lindo quanto o seu cabelo.
Dobrei meu bilhete. Fiz bem depressa uma bolinha com o bilhete dobrado, mirei e
joguei. Ela caiu no colo da Adriana.
Meu coração bateu depressa. Ai, ai, ai, meu coração martelando tantos ais no
peito. A Adriana foi desamassando o bilhete bem devagar. Ela leu, depois
guardou dentro do estojo. Nem olhou pro meu lado. De repente me lembrei de uma
coisa terrível: EU NÃO TINHA POSTO O MEU NOME NO PAPEL!
Nisso, a tia me chamou. Eu só pensava naquela confusão.
—Tá errado! Tá errado! Deixa eu fazer, tia?
Eu olhei pro quadro e entendi... 8 x 6 = 36... A tia me mandou sentar. Fui,
morrendo de sem graça.
Cheguei na minha carteira e vi uma bolinha de papel bem em cima do meu
caderno. Quando ninguém estava mais olhando, eu disfarcei e abri:
Eu também me amarro no seu 36.
No cantinho do papel estava assinado: Adriana
Coração
conta diferente.Lino de Albergaria São Paulo: Scipione, 1992.
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