A
criança desde muito pequena, aprende a reconhecer com facilidade nome
de pessoas, animais, objeto de seu ambiente familiar, isto é, reconhece
substantivos. Um procedimento natural será o de iniciar o processo da
leitura com estes substantivos envolvidos em idéias conhecidas,
significativas, concretizáveis, permitindo sua exploração através dos
sentidos – ver – ouvir – falar – tocar – cheirar – experimentar.
Nos primeiros anos de escolaridade da criança, o professor deve
insistir, pelo menos, em dois aspectos, o treino e a formação de hábitos
concretos de leitura. Por esse motivo, o que tivermos à disposição,
deve ser aproveitado para incentivar a criança ler.
· Avisos e ordens, que comumente são expressos em voz alta, podem ser escritos.
· Saudações, reforços, perguntas que podem ser escritas em cartazes ou também no quadro de giz.
· A criança identifica tudo o que há na sala de aula. Nomeia-as.
· O professor, após identificação, explica que todos estes nomes podem ser escritos e lidos.
· Junto às crianças, escreve em fichas o nome das “coisas” que citaram. Exemplo: escreve lentamente a palavra porta.
Lê a palavra e diz para as crianças indicando a porta: “isto é uma
porta. E aqui lemos a palavra porta. Vamos colocar na porta?”. Faz o
mesmo com outras palavras.
· Colocar os nomes das crianças na classe ou no lugar de
guardar o material. As crianças “se desenham” e o professor escreve o
nome delas e os distribui de maneira que elas já comecem algumas
relações como “meu nome começa que nem o da Tatiane”.
Para facilitar o acesso da criança ao livro, o professor deve:
· Organizar um cantinho de leitura na sala de aula com
gravuras e pequenos textos. Estimular para que a criança o frequente,
deixando-o manipular o material. O professor lê história no “canto”
mostrando a ilustração e permitindo-lhe comentários, perguntas e
complementações.
· Motivar e criar espaços para a criança narrar fatos do
cotidiano e registrar (o professor). Posteriormente o professor lê a
“história” da criança.
· Dramatizar cenas.
· Modelar, recortar ou desenhar os personagens da história.
· Visitar a Sala de Leitura.
· Escrever o que a criança diz de seus desenhos (estes,
inclusive, podem servir como um recurso para a criança ler depois que já
domina o mecanismo da leitura, podendo reescrever o que disse).
A criança deve ser motivada a ler. Para que ela não perca o
interesse, é preciso variar as estratégias apresentando a leitura de
diferentes formas para evitar a memorização.
ESCRITA
A escrita deve surgir do interesse e curiosidade da criança. E esta se
manifesta pelo desejo que a criança tem de descobrir, reconhecer e a
utilizar os sinais gráficos com que constantemente se depara.
Inicialmente, surge a necessidade de decifrar o meio e de se apropriar
dos símbolos (palavras – sinais – frases) e, posteriormente, quer
utilizar deles reproduzindo-os.
É importante que a criança saiba qual é o objetivo da escrita – “por
que escrevemos?” A escrita é um sistema convencional utilizado pelo
homem com a finalidade de se comunicar entre si, registrar suas
descobertas, suas histórias e suas idéias e pensamentos. É um meio de
expressão e conservação de ideias e pensamentos. E é assim que deve ser
encarada. A escrita só tem valor educativo quando a criança já souber o
que está escrevendo.
Muitos pais e professores apressam-se em ensinar a escrita sem se
preocupar se realmente aquilo que a criança escreveu foi dominado e
compreendido por ela. Educadores querem ver um caderno bonito, com
bastantes coisas escritas. E, quando a criança não consegue fazer
“aquela” tão almejada letra bonita (o que é muito natural que aconteça,
quando a criança não está madura para esta atividade) apressam-se em
apresentar-lhe o famoso caderno de caligrafia, onde a saturam,
obrigando-a a preencher linhas com palavras vazias de significado e
isoladas do processo.
COMPOSIÇÃO CRIADORA
Nas séries iniciais, o professor deve estar preocupado em preparar a
criança para desenvolver a habilidade de leitura e redação que é a
construção de pensamento oral ou escrita. E assim a criança estará
desenvolvendo a habilidade de pensar com lógica, objetividade e clareza.
A composição escrita na alfabetização deve levar a criança a sentir
necessidade de expressar seu pensamento espontaneamente como o faz na
sua vida diária. Assim antes mesmo da criança dominara escrita, pode ser
iniciada na composição. Para tanto, o professor proverá atividades que
levem a criança a desejar ver expresso seu pensamento por escrito. Num
primeiro momento o professor escreverá o que o aluno ditou e finalmente
lerá o que foi escrito. Na segunda fase a criança estará lendo e
copiando, numa terceira fase a criança fará suas próprias composições.
surgem aquelas redações que nada mais são que um conjunto
de frases desconexas, às vezes até um número de linhas pré-fixadas pela
professora. Salva-se a ortografia das palavras, mas passa-se ao aluno a
terrível idéia de que escrever é simplesmente combinar palavras cuja
ortografia se conhece. O texto como expressão lingüística do pensamento
fica assim deturpado ao se aprender a escrever. Reforçam essa idéia os
textos das cartilhas que também são elaboradas com palavras já estudadas
antes. Dessa forma revela um método mecanicista de aprendizagem que
dispensa a reflexão do aluno e inibe a curiosidade e a procura da
novidade ao tratar a escrita.
Uma outra estratégia de ensino é admitir que os alunos,
no início, sabem falar, muito bem, sua língua e a usam com
propriedade, e que, portanto, tal capacidade, pode e deve ser
transportada diretamente para a escrita. Aconteceu, porém, que isso
esbarra numa dificuldade que é a forma ortográfica imprevisível de
muitas palavras que os alunos nunca estudou. Contudo, se os alunos, após
os primeiros contatos com o alfabeto e com algumas famílias de letras e
a escrita de umas poucas palavras forem estimulados a escrever suas
histórias espontaneamente, guiados pela semântica, pelo enredo e
tentando escrever as palavras que precisa segundo as possibilidades de
uso das palavras ou letras no sistema ortográfico da língua, certamente
irão cometer erros de ortografia, mas passarão suas habilidades falantes
aos textos escritos. Obviamente se pedirá também que cuidem da
ortografia mas que não se amedrontem ao escrever se não souberem, porque
é possível escrever português, por exemplo, sem ser na forma
ortográfica.
Esses
alunos vão perceber logo que a ortografia é algo diferente do simples
ato de escrever palavras do português e que pára se sair bem ou se sabe
como escrever ortograficamente uma palavra, ou se pergunta. Cada
tentativa pode produzir escrita, mas não necessariamente a forma
ortográfica. Esses procedimentos ajuda a auto-correção dos alunos,
estimula a curiosidade pelas formas ortográficas sem trazer frustrações e
faz com que os alunos expressem por escrito textos, lingüístico e
literariamente perfeitos.
A iniciativa do professor no sentido de variar as
estratégias para a obtenção de recursos para ampliação dos conhecimentos
trazidos pelas crianças é de suma importância, pois esse trabalho de
leitura e escrita na alfabetização não é fácil, ao passo que trabalhamos
com crianças oriundas de realidades diferentes. Mas é um trabalho
gratificante.
A evolução da escrita silábico-alfabética para a alfabética é repleta de especificidades. Conhecê-las é fundamental para avaliar adequadamente o desenvolvimento dos alunos e melhor ajudá-los a avançar
Alternâncias
grafofônicas, escritas silábicas justapostas, uso de letras como
recheio gráfico, curinga e substitutas de uma sílaba. As sofisticadas
soluções são usadas pelos que estão saindo da hipótese silábica com
valor sonoro convencional e construindo uma silábico-alfabética.
Esse é um ponto crucial, já que aparentemente a escrita dos silábicos é mais estável e fácil de interpretar, diferentemente da dos silábico-alfabéticos. "Quando estudei o artigo da Emilia sobre desordem e alternâncias, passei a ver coisas que antes não via." Para conseguir enxergar e distinguir as peculiaridades dos silábicos-alfabéticos, Danielle se vale das sondagens individuais.
Ao identificar que o estudante está nessa fase intermediária entre a hipótese silábica e a conquista da base alfabética, como fazê-lo avançar? "É preciso criar situações didáticas que favoreçam a reflexão sobre o sistema alfabético de escrita, levando-o a analisar o interior das sílabas", explica. Isso é útil quando ele se depara com palavras que começam e terminam com a mesma letra. Para identificar a que procura, a criança tem de analisar as letras do meio.
Esse é um ponto crucial, já que aparentemente a escrita dos silábicos é mais estável e fácil de interpretar, diferentemente da dos silábico-alfabéticos. "Quando estudei o artigo da Emilia sobre desordem e alternâncias, passei a ver coisas que antes não via." Para conseguir enxergar e distinguir as peculiaridades dos silábicos-alfabéticos, Danielle se vale das sondagens individuais.
Ao identificar que o estudante está nessa fase intermediária entre a hipótese silábica e a conquista da base alfabética, como fazê-lo avançar? "É preciso criar situações didáticas que favoreçam a reflexão sobre o sistema alfabético de escrita, levando-o a analisar o interior das sílabas", explica. Isso é útil quando ele se depara com palavras que começam e terminam com a mesma letra. Para identificar a que procura, a criança tem de analisar as letras do meio.
OS ERROS MAIS COMUNS:
- Perguntar à criança "que letra está faltando?". Se ela soubesse, já teria colocado. O melhor é pedir que leia o que escreveu para que ela mesma decida por alguma alteração.
- Pedir que o aluno ouça o som da sílaba. O problema não é de audição, mas de concepção de escrita. Daí a importância de compreender como ele está pensando.
- Não orientar os estudantes por achar que eles devem construir a escrita sozinhos. É preciso oferecer a todos informações sobre a grafia das palavras, além de sugerir a eles fontes escritas e a troca com os colegas.
- Pedir que o aluno ouça o som da sílaba. O problema não é de audição, mas de concepção de escrita. Daí a importância de compreender como ele está pensando.
- Não orientar os estudantes por achar que eles devem construir a escrita sozinhos. É preciso oferecer a todos informações sobre a grafia das palavras, além de sugerir a eles fontes escritas e a troca com os colegas.
Fonte:http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/particularidades-escritas-silabico-alfabeticas-683014.shtml